Localização e História da Região
O Bombarral é uma vila portuguesa da sub-região do Oeste, região Centro, com cerca de 4 400 habitantes.
É sede de um município com 91,29 km² de área e 13 193 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Óbidos, a nordeste pelas Caldas da Rainha, a sueste pelo Cadaval e a sudoeste pela Lourinhã. Região povoada desde a Pré-História, sabe-se que no século XIV Bombarral era uma granja do Convento de Alcobaça, aparecendo no século XVIII como Terras da Rainha.
Pertenceu ao concelho do Cadaval até 1852, passando para o de Óbidos, até que em 1914, passou a ser cabeça do concelho, constituído pelas freguesias de Carvalhal, Roliça e Bombarral. A inauguração da linha férrea do Oeste, em 1 de Agosto de 1887, impulsionou o desenvolvimento agroindustrial da vila. Aquando da implantação da República, e em grande parte como agradecimento pelo forte apoio que a freguesia prestou ao movimento republicano, Bombarral ganhou independência em relação a Óbidos. Devido à implantação da República a Igreja Matriz I (no local da atual Junta de Freguesia) foi queimada por republicanos, o que deu origem à construção de outra, a Igreja Matriz II.
A vila do Bombarral situa-se numa planície de aluvião bastante fértil orlada de outeiros pouco elevados, na margem esquerda do rio Real e a uma altitude de 50 metros.
Características Físicas da Região
A região Oeste corresponde a uma NUT III, da NUT II Lisboa, Oeste e Vale do Tejo.
Engloba o agrupamento de Zonas Agrárias do Alto Oeste (Alcobaça, Bombarral,
Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos, Peniche, Cadaval, e Lourinhã) e o Agrupamento
de Zonas Agrárias do Baixo Oeste (Alenquer, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte
Agraço, e Torres Vedras). É uma zona de vales e colinas, entre o Maciço Calcário
Estremenho e o mar. De realçar a existência de arribas e serras no litoral. Estas
particularidades conferem-lhe um clima suave e húmido. Fortemente influenciada
pela proximidade dos mercados e instituições de Lisboa, só há perto de uma dezena
de anos vem ganhando uma autoimagem específica que se tem acentuado muito
rapidamente.
A Região apresenta um grau de risco de incêndio “médio” a “muito baixo”. A região
não é suscetível à desertificação.
A proximidade a Lisboa e a situação estratégica na ligação a outros grandes centros
caldearam o crescimento e a modernidade da região Oeste.
A tipologia agrícola da região é assimétrica: se por um lado existem numerosas
explorações agrícolas de qualidade, com elevados níveis de produtividade,
reconhecidas e apreciadas internacionalmente, que representam um valor
acrescentado da região, existem por outro lado, uma proporção significativa de
agricultores e respetivas explorações que são essencialmente estruturas
complementares de rendimento com uma dimensão inferior à média nacional.
Atividades Económicas da Região
O Oeste utiliza 60,8% do terreno agrícola, em comparação com 48% da média
nacional. Quase 40% das explorações da RLVT localizam-se no Oeste e utilizam
21,3% do total das áreas cultivadas da região. As explorações no Oeste têm uma
maior tendência a ser exploradas por conta própria.
As principais produções vegetais são a vinha, a fruticultura, sobretudo maçã e pêra,
a horticultura e batata. Na componente pecuária existem três atividades intensivas
muito importante que são a suinicultura, aves e os bovinos. Os pequenos
ruminantes também têm importância. A floresta ocupa perto de 55.000 hectares.
A importância da água e da sua disponibilidade, tanto de origem superficial como
subterrânea, é indiscutível não só no contexto dos recursos naturais mas em tudo o
que se relaciona com a atividade humana.
As Vinhas
De longa tradição nesta região, a cultura da vinha marca os hábitos e a paisagem do Oeste, assumindo grande relevância por terras de "vinhedos e de mar". Na produção vinícola destaca-se o Vinho Regional Estremadura, com indicação geográfica, bem como os vinhos com Denominação de Origem (Arruda, Alenquer, Óbidos e Torres Vedras) e ainda a aguardente da Lourinhã, também certificada como DOC.
A Rota da Vinha e do Vinho do Oeste convida a descobrir a diversidade da paisagem e do património da região, bem como a sua rica gastronomia, através de três percursos temáticos: Quintas de Alenquer, Óbidos e Linhas de Torres.
O percurso "Quintas de Alenquer" leva o visitante à descoberta da pacata "vila-presépio" e das suas quintas vinícolas, num itinerário que percorre típicas aldeias rurais do Oeste, casas solarengas, igrejas e conventos de assinalável valor, bem como a Paisagem Protegida da Serra de Montejunto, onde é possível encontrar a Real Fábrica do Gelo e o Centro de Interpretação Ambiental.
O percurso "Óbidos" abarca, para além da emblemática vila medieval, dote das rainhas portuguesas, outros ícones do Oeste como as quintas do Bombarral, a lagoa de Óbidos, a cidade termal das Caldas da Rainha, Rio Maior e as suas salinas, e ainda o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
O percurso "Linhas de Torres", marcadamente histórico, evoca a memória do Duque de Wellington e da majestosa obra de arquitetura militar que constitui as linhas de Torres. Este itinerário inclui ainda as localidades de Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Runa, Turcifal, a cidade de Torres Vedras, onde sobressaem o Forte de São Vicente e o museu municipal, com um núcleo dedicado às Invasões Napoleónicas. De fora não fica também a Praia de Santa Cruz, o Castro Calcolítico do Zambujal e a Lourinhã, cujo museu alberga uma importante coleção de dinossáurios.
Características Culturais da Região
A Música
O Círculo de Cultura Musical Bombarralense é uma Grande Família, Fundado em 1979, é constituído por Banda Filarmónica, Grupo Coral, Escola de Música e Grupo de Jazz Dixie “Cottas Club Jazz Band”. O seu propósito é defender e fazer crescer a Cultura Musical e Associativa, dentro e fora do Concelho do Bombarral.
Todavia as origens musicais no Bombarral, de que se tem conhecimento, datam de 1863, dando origem em 1893, ao aparecimento da Banda “Musica Velha” mais conhecida por “Os Roufenhos”. Nesta Continuação surge a 15 de Fevereiro de 1979, o Círculo de Cultura Musical Bombarralense, constituído por um grupo de Músicos, antigos executantes que se encontravam dispersos pelo Concelho do Bombarral e que formaram a Banda Filarmónica. Uma vez criada a Escola de Música, a Banda do Círculo de Cultura nunca mais parou, foram Maestros da Banda e simultaneamente responsáveis pela Escola de Musica: Manuel Jerónimo (1979); Ramalho (1980), Edmundo Barrela (1981); António Pedro dos Santos (1982-1987); José Manuel Borges Monteiro (1987-1997); João Menezes (1997-2001). Desde Janeiro de 2001, é seu maestro e responsável pela Escola de Musica, o Sr. Carlos António Moreira Serra.
Tradições Locais
Festival do Vinho Português
Em tempo de comemoração do centenário do concelho do Bombarral, o vinho nacional e a pera Rocha do oeste, aliados a outros sabores da região e do país, são os principais atrativos do 31º Festival do Vinho Português e da 21ª Feira Nacional da Pêra Rocha.
O Festival do Vinho Português e Feira Nacional da Pêra Rocha é um evento que tem como principal objetivo a divulgação dos vinhos regionais bem como da famosa pêra rocha, internacionalmente conhecida. Decorre entre os dias 5 e 10 de Agosto.
Segundo o poeta português, Fernando Pessoa, “A vida é boa, mas o vinho é melhor”.
Não existe melhor forma de experimentar as frutas de Portugal do que o Festival do Vinho Português e Feira Nacional da Pêra Rocha, um festival anual que glorifica o excelente vinho da região e a internacionalmente reconhecida pêra rocha, uma variedade nativa predominante na região centro do país.
O festival realiza-se na Mata Municipal do Bombarral, de 5 a 10 de Agosto, onde poderá contar com a presença de diversas bancas, música ao vivo, comida tradicional e demonstrações de pratos elaborados a partir da Pêra Rocha.
Esta é uma excelente oportunidade para provar e até comprar alguns dos vinhos únicos da Costa de Prata.
Imagem retirada em:https://www.gazetacaldas.com/33606/bombarral-inaugura-na-terca-feira-festival-do-vinho-e-da-pera-rocha/
Modernidade na Região
Jardim Buddha Eden
O Jardim da Paz encontra-se situado nos terrenos luxuriosos da Quinta dos Loridos, localizada no Bombarral, apenas a alguns quilometros a sul de Óbidos. O jardim ocupa cerca de 35 hectares dos 100 hectares da propriedade. Com cerca de 6000 toneladas de mármore e granito, budhas, lanternas, estátuas de terracotta, e várias esculturas que foram colocadas cuidadosamente entre a vegetação. Este espaço verde com o seu lago central é um local de paz e tranquilidade, onde convidamos a descobrir os vários caminhos, ou apenas relaxar na relva circundante ao lago. A escadaria central é o ponto focal do jardim, onde os nossos budhas dourados, lhe dão calmamente as boas vindas. Com 700 soldados de terracotta espalhados no jardim, alguns estão enterrados da mesma forma, como foram colocados na china há 2200 anos. São pintados à mão e cada um deles é único. No lago podemos observar os peixes Koi, e os dragões esculpidos a erguerem-se da água.
O Jardim da Paz é um espaço com cerca de 35 hectares, idealizado e concebido pelo Comendador José Berardo, em resposta à destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi, um dos maiores actos de barbárie cultural, apagando da memória obras primas, do período tardio da Arte de Gandhara. Em 2001, profundamente chocado com a atitude do Governo Talibã, que destruiu, intencionalmente, monumentos únicos do Património da Humanidade, o Comendador Berardo deu início, a mais um, dos seus sonhos, a construção deste extenso jardim oriental. Prestando, de certo modo, homenagem aos colossais Budas esculpidos na rocha do vale de Bamyan, no centro do Afeganistão, e que durante séculos foram referências culturais e espirituais.
Pretende-se, que o Jardim da Paz seja um lugar reconciliação. Sem nenhuma tendência religiosa, abrimos as portas, a todas as pessoas, independentemente, da religião, etnia, nacionalidade, sexo, idade, condição cultural ou social, convidando à união, comunicação e meditação, como forma de redescobrir a felicidade. Ambicionamos, assim, percorrer o caminho contrário à destruição do ser humano e disseminar a cultura da paz.
Esta é uma instituição cultural sem fins lucrativos e ao serviço da comunidade nacional e internacional, que tem como missão sensibilizar o visitante para o conhecimento interior, através do seu jardim em diálogo com um vasto património escultórico, vocacionado para a meditação e promoção da interacção social e cultural, conforme os princípios da solidariedade e da dignidade humana.
Imagem retirada em: https://www.cm-bombarral.pt/custompages/showpage.aspx?pageid=1c97def8-9c4e-4f8d-8703-f85f2152f043